Olavo Leite Bastos: mudanças entre as edições

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== Partidas Disputadas ==
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[[194212 Atlético 5 x 1 América-MG|194212 - 07/06/1942 - Atlético 5 x 1 América-MG - Campeonato Mineiro 1942]]<br>
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== Títulos ==  
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Edição das 09h21min de 3 de abril de 2012

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Kafunga
Informações pessoais
Nome completo Olavo Leite Bastos
Data de nasc. 7 de agosto de 1914 (110 anos)
Local de nasc. Niterói-RJ , Brasil
Data de morte 17 de novembro de 1991
Local da morte Belo Horizonte-MG , Brasil
Apelido(s) Kafunga
Informações profissionais (Jogador)
Clube atual aposentado
Último clube não disponível
Número 1
Posição Goleiro
Revelado por Fluminense/NI-RJ (1933)
Princ. clubes Atlético
Informações profissionais (Treinador)
Clube atual aposentado
Princ. clubes Atlético
Atlético (Jogador)
Jogos 335*
Gols 430 sofridos
Estreia CAM 0 x 2 Villa Nova-MG - 27/01/1935
Último jogo Nac. Resplendor-MG 2 x 3 CAM - 30/05/1954
Vitórias 208
Empates 48
Derrotas 79
Títulos Campeonatos Mineiros de 1936, 1938, 1939,
1941, 1942, 1946, 1947, 1950, 1952 e 1953;
Campeão dos Campeões de 1937
Observações Atuou por mais de 20 anos no clube.
Atlético (Treinador)
Jogos 61
Estreia Sel. de Monlevade-MG 0 x 3 CAM - 01/05/1961
Último jogo Bela Vista-MG 3 x 1 CAM - 18/02/1962
Vitórias 35
Empates 15
Derrotas 11
Atualizado em 14 de agosto de 2010

Biografia

Olavo Leite Bastos, mais conhecido como Kafunga, foi goleiro do Atlético entre as décadas de 1930 e 1950. Vestindo a camisa número 1, foi um dos responsáveis pela conquista de Campeão do Gelo, em 1950, nos gramados europeus.

Uma das figuras mais populares de Belo Horizonte em sua época, Olavo iniciou sua carreira esportiva em 1933 jogando pelo Fluminense Atlético Clube, clube carioca que atuava nos quadros amadores de sua cidade natal, Niterói. Chegou ao Atlético em 1935, onde conquistou seu primeiro campeonato mineiro já no ano seguinte. Na equipe profissional do Galo, iniciou como reserva de Clóvis, e, rapidamente, seu bom desempenho lhe garantiu a titularidade absoluta da camisa 1. O apelido "Kafunga" foi dado pela avó, devido às largas narinas.

Ficou 20 anos no Atlético, sendo titular por 19 temporadas. Apesar de não ter grande técnica, esbanjava carisma e sorte. Kafunga tirava coelhos da cartola, como da vez que evitou um gol, girando uma bicicleta, num jogo entre Atlético e Ponte Preta, de Campinas. Foi campeão dos campeões em 1936, campeão mineiro no mesmo ano, e em 1938, 1939, 1941, 1942, 1946, 1947, 1949 e 1950. Excursionou à Europa em 1950, participou das campanhas de 1952 e 1953 e, finalmente, em 1954, encerrou a carreira de jogador.

Kafunga chegou a ser convocado para a Seleção Brasileira, que iria disputar um certame na Bolívia e Minas Gerais representaria nosso país. Não chegou a jogar pois o campeonato havia sido suspenso.

Iniciou-se como comentarista de rádio e televisão, onde aumentou sobremaneira sua popularidade, incluindo no vocabulário mineiro sua terminologia. Despingolada, lesco-lesco, vapt-vupt, e destramelado são apenas alguns exemplos de como Kafunga descreve certos lances de uma partida de futebol. Todos, de sua época, o conheciam em Belo Horizonte, e cada um tinha uma história a contar sobre o goleiro excepcional que defendeu as cores alvinegras. Suas tiradas na televisão foram motivos do programa ser retirado do ar por algumas vezes e contribuíram de forma decisiva para aproximá-lo mais do povo, sem distinção de paixão clubística.

Depois de 1954, quando abandonou o futebol, continuou participando da vida do Atlético exercendo as mais variadas funções, como um autêntico quebra-galhos, chegando, inclusive, a ser técnico por um breve período. Sua irreverência passou a ser a marca de Kafunga, o que o fez dividir seu tempo entre a TV Itacolomi, TV Alterosa, Rádio Guarani e o jornal Diário da Tarde. Na rádio, atuou como comentarista de arbitragens e apresentou o programa musical "Kafunga de todos os tempos". Arriscou-se ainda como cantor e, posteriormente, foi levado para a política por Juscelino Kubitschek. Durante a ditatuda militar no Brasil, Kafunga elegeu-se vereador na Câmara Municial de Belo Horizonte, passando a se chamar Olavo Leite Kafunga Bastos. Exerceu a função por 16 anos. Segundo Beatriz Vasques Bastos, viúva de Kafunga, o ex-goleiro era tão conhecido que ganhava eleições sem fazer campanha.

Devido à sua passagem pelo gol atleticano e às diversas outras funções que exerceu, com o mesmo empenho de quando goleiro, Kafunga entrou para a história do futebol mineiro. Entre as muitas provas da importância de sua presença, está a expressão bastante conhecida em Minas Gerais para se tratar de coisas muito antigas, quando se diz que algo aconteceu em "mil novecentos e Kafunga".

Ficha Técnica

Nome: Olavo Leite Bastos
Posição: Goleiro
Data de Nascimento: 07 de agosto de 1914
Natural de: Niterói-RJ
Data de Falecimento: 17 de novembro de 1991
Local: Belo Horizonte-MG

Carreira

Fluminense de Niterói-RJ - 1933/1934
Atlético - 1935/1954
Asas-MG - ???

Partidas Disputadas

194212 - 07/06/1942 - Atlético 5 x 1 América-MG - Campeonato Mineiro 1942

Títulos

1936 - Campeonato Mineiro - Atlético
1937 - Campeão dos Campeões do Brasil - Atlético
1938 - Campeonato Mineiro - Atlético
1939 - Campeonato Mineiro - Atlético
1941 - Campeonato Mineiro - Atlético
1942 - Campeonato Mineiro - Atlético
1946 - Campeonato Mineiro - Atlético
1947 - Campeonato Mineiro - Atlético
1950 - Campeonato Mineiro - Atlético
1952 - Campeonato Mineiro - Atlético
1953 - Campeonato Mineiro - Atlético

Curiosidades

Em entrevista à revista Grandes Clubes Brasileiros do início da década de 70, o ex-goleiro deu os seguintes depoimentos:
- O sangue dos Kafunga continua a correr no Atlético. Eu parei, mas meu filho, Roberto, está lá como preparador físico, ao lado de Telê, para dar maiores glórias ao clube.
- O que você acha da sua época?
- Olha, velho, considerando a minha posição, acho que os goleiros eram bem melhores. Nós tínhamos maior participação nos jogos, sempre chamados a intervir. Num jogo contra o Corinthians, que perdemos de 10x0, defendi mais de 40 chutes e a imprensa me elogiou muito. Hoje, com os sistemas rígidos de "retranca", o goleiro se transforma mais em espectador, empenhando-se pouco.
- Agora que você é da imprensa, como vê o futebol deste ângulo?
- Com o tremendo desenvolvimento tecnológico, os meios de divulgação deram outra dimensão ao futebol. Vi muitos "Pelés", que talvez não tenham alcançado a fama porque as notícias andavam a passo de tartaruga. Hoje se faz um craque da noite para o dia. Ou se acaba com ele...
- O Galo continuou sua trajetória, conquistando o tri em 1956, foi campeão em 1958 e bi em 1963. Depois parou. Por quê?
- Bem, as vitórias e os títulos eram incontáveis e realmente o clube se acomodou. Disso se aproveitou o Cruzeiro para se organizar e crescer, colhendo os frutos nesses últimos anos, aliás, merecidamente. Digo isto porque, sem dúvida, o futebol mineiro é quase que somente Atlético e Cruzeiro, seguidos muito de longe do América, que sempre se esforça para conseguir alguma coisa.
- Quer dizer que agora o clube está mais firme?
- Sim. Com uma diretoria honesta que trabalha em silêncio, o Galo encontrou a tranquilidade que precisava para recuperar suas glórias passadas e alegrar aquela torcida que não mede sacrifícios quando se trata de prestigiar o clube. É verdade que o Atlético não se encontra em boa situação financeira, mas a diretoria tem soluções para equacionar as dívidas e nunca deixar que caia no buraco. No máximo ficará perto da beirada.
- E o apelido, veio do futebol?
- Não, é caseiro mesmo, dos tempos do meu avô. Agora já é quase nome próprio, pois só me identificam pelo Kafunga. Já aproveitei-o até no meu registro com que concorri às eleições.

Fonte

  • Revista Grandes Clubes Brasileiros 1970


Precedido por
Antônio Moisés
Treinador do Atlético
1962
Sucedido por
Lucas Miranda